Os produtores de soja têm sentido a redução dos custos de produção para a safra 2023/24. Contudo, a queda dos valores obtidos com a venda do grão impedem maiores ganhos.
Desembolsar menos para comprar fertilizantes e sementes, dois dos principais insumos que mais baratearam, mas com a saca desvalorizada faz com que a relação de troca não seja favorável. Porém, podia ser pior.
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Relatório de custos de produção de julho – referente a junho – divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta quinta-feira (20) mostra que os gastos com a instalação da lavoura da soja geneticamente modificada no principal estado produtor estarão menores nesta próxima safra.
Assim, mesmo quem está deixando para a última hora para comprar adubo e semente tem conseguido pagar menos do que no ano passado.
Queda nos fertilizantes e sementes
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O preço médio da semente de soja em Mato Grosso teve redução de 22,2% em junho deste ano ante o mesmo período do ano passado:
De R$ 783,46 para R$ 608,77 por hectare
Já os fertilizantes tiveram retração ainda mais acentuada no mesmo período, de 23%:
R$ 2.417,29 para R$ 1.856,62 por hectare
Defensivos também diminuíram, mas…
Apesar de os custos médios com defensivos agrícolas voltados para a cultura da soja terem reduzido, a retração foi bastante tímida. Isso porque a queda entre junho do ano passado e o mesmo mês de 2023 foi de apenas 0,8%.
Com isso, foram de R$ 1.373,00 para R$ 1.360,73 por hectare aplicado. Ao todo, os preços de dois produtos fitossanitários tiveram queda:
Fungicidas
Os fungicidas apresentaram redução de 10,2% em junho deste ano ante o mesmo mês de 2022, ou seja, foram de R$ 426,39 para R$ 382,79 por hectare.
Retraíram 6% no período: passaram de R$ 351,97 para R$ 330,80 por hectare.
No entanto, outros dois agroquímicos tiveram os preços elevados em um ano:
Adjuvantes
Foram de R$ 85,10 por hectare aplicado a R$ 122,42, incremento de 43,8%.
Inseticidas
Registraram alta média de 3%. Com isso, eram vendidos a R$ 509,54 e passaram a ser comercializados a R$ 524,72.
Custo de produção total da soja
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Os custos operacionais totais da soja em Mato Grosso tiveram queda média de 4,2% no período.
A conta, que engloba sementes, fertilizantes, defensivos, operação mecanizada, mão de obra, pós-produção, arrendamento e depreciações de máquinas e equipamentos, entre outros fatores, baixou de R$ 6.557,27 para R$ 6.278,83.
A queda não foi maior porque outros dois fatores tiveram alta: o arrendamento (+16,3%) e a pós-produção, que envolve classificação e beneficiamento do grão, armazenagem e transporte (+8,4%).