Querência, Canarana, Água Boa e Gaúcha respondem por metade da área de soja na região
Mato Grosso está semeando a maior safra de soja de sua história, com previsão de 10,8 milhões de hectares. Com as precipitações que tem caído em todo o Estado nos últimos dias, o ritmo de plantio é o mais adiantado dos últimos 10 anos, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Até a última sexta-feira (15), quase a metade (45%) da área prevista já tinha sido semeada.
O aumento de área é registrado em todas as regiões. No Nordeste, que engloba os municípios do Médio Araguaia, o crescimento será superior a 5%, saltando de 1,93 milhão de hectares na safra 2020/21, para 2,04 milhões no ciclo 2021/22, superando pela primeira vez a barreira dos dois mi/há destinados para a soja.
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A região Nordeste continua como a terceira maior produtora do grão em Mato Grosso, agora encostada no Sudeste, que na atual safra deve semear 2,19 milhões de hectares. A previsão é que em mais três ciclos, o Nordeste ocupe a segunda posição, devido à grande quantidade de áreas de pastagens que podem ser convertidas em lavouras nessa região. Quem lidera o ranking em Mato Grosso é o Médio Norte, absoluto e com previsão de plantio de 3,39 mi/há.
Dentro do Nordeste de Mato Grosso, que engloba 22 municípios de Nova Xavantina até Vila Rica, o Médio Araguaia é a principal região produtora de soja. Os municípios de Querência, Canarana, Gaúcha do Norte e Água Boa, devem somar 1,13 milhão de hectares com soja na atual safra, o que representa por mais da metade da área da região (55%).
Conforme levantamento realizado pela AGRNotícias, o maior produtor do grão no Nordeste continuará sendo Querência. O secretário de Agricultura do Município, Rodrigo Fenner, disse que a previsão de área de soja será de 410 mil hectares. Para a segunda safra, a área de milho deve ocupar 240 mil/há.
Canarana ocupa o posto de segundo maior produtor do Nordeste. O presidente do Sindicato Rural, Alex Wisch, estima que pela primeira vez o Município deve ultrapassar a barreira dos 300 mil hectares com soja. “A gente acredita que vá romper os 300 mil esse ano pela quantidade de área que o pessoal está convertendo, talvez chegando a 305 mil. Para o milho, a gente estima uma área superior a 160 mil hectares”, disse.
Um exemplo do crescimento da área de soja em Canarana é a Fazenda Santa Lúcia, que fica na região da MT-110. Nas últimas 15 safras, a média plantada na fazenda foi de 300 hectares. No início do ano a fazenda foi vendida e o novo proprietário irá quase triplicar o plantio no atual ciclo, saltando para 800 hectares com soja. Estima-se que Canarana tenha um potencial para chegar a 400 mil/há com lavoura.
Já Gaúcha do Norte, conforme o presidente do Sindicato Rural, Josinei Zemolin, irá plantar uma área de 215 mil/há com soja. O Município de Água Boa, por sua vez, segundo levantamento da Associação dos Engenheiros Agrônomos, deve plantar 200 mil hectares com a cultura. Lideranças de Água Boa preveem que o Município tenha capacidade para até 300 mil/há de lavoura.
Com preços bons e clima favorável, a tendência continua sendo de expansão da área plantada de soja em todo o Mato Grosso. Porém, com o aumento, cresce a preocupação com o escoamento da safra, devido à falta de capacidade dos armazéns, que não tem acompanhado a produção. O encarecimento dos adubos e a possibilidade da falta do produto para a safra 2022/23, também pode prejudicar essa expansão.
Por Rafael Govari para AGRNotícias; com colaboração de Lavousier Machry, Cely Trevisan e Inácio Roberto.