Potencialidades do Araguaia – Parte 4 (Confira)
No quarto e último capítulo sobre as potencialidades do Araguaia, no foco do agronegócio, hoje vamos explorar a situação das rodovias, modal de transporte mais usado para escoamento da produção.
MT-326
Atualmente, a MT-326 é vista como outra via importante para escoar a produção agropecuária da região do Médio Araguaia para importantes centros de Goiás. Porém, uma rodovia que tem pouco mais de 100 quilômetros entre Nova Nazaré e Cocalinho, ainda não está completamente asfaltada. Restam cerca de 70km por asfaltar. As pontes de madeira sobre os rios Borecaia, Água Preta, Courixão e Courixinho estão prometidas e devem ser concluídas nos próximos meses. Resta ainda a ponte sobre o Córrego Água Suja e o trecho por asfaltar da cidade de Nova Nazaré até a BR-158.
Outra obra de relevância é a ponte sobre o Rio das Mortes na divisa de Cocalinho com Nova Nazaré. Imprescindível para deixar de lado a transposição por balsa, que além de ser um serviço de alto risco, é lento e caro para os transportadores de cargas. Pela MT-326 circulam diariamente cerca de 80 carretas carregadas com calcário. A produção ocorre nas mineradoras de Cocalinho, na região Rio das Mortes. O calcário é necessário para abastecer as lavouras de todo o Médio Araguaia. Sem calcário, não há produção de gado nem lavouras.
Extraoficialmente, sabe-se que são produzidas anualmente cerca de 1 milhão de toneladas de calcário. A MT-326 recebeu alguns trechos de asfalto, mas o pavimento já está enchendo de buracos e se não for recuperado logo, adeus asfalto. A Rodovia do Calcário é de vital importância para o Médio Araguaia.
Leste Oeste
Uma rodovia estadual está em construção para ligar Canarana com Gaúcha do Norte, e de lá, saindo na região de Nova Ubiratã através do distrito de Santiago do Norte (Paranatinga). Aliás, esse distrito deve lutar por sua emancipação assim que reunir as condições econômicas necessárias. A FICO deve passar no arco de sua abrangência para desviar do Parque Indígena do Xingu.
Além disso, Água Boa também sonha em ter ligação asfáltica pelo interior (MT-240/414) ligando com a MT-020 de Canarana a Gaúcha do Norte. O sonho é acalentado pelos produtores rurais e demais lideranças. Isso encurtaria a distância com Cuiabá em cerca de 200km.
BR-158
A BR-158 é uma rodovia federal do Brasil. Uma das estradas mais longas do país, tem 3.946,2 quilômetros ligando Altamira no Pará, com Santana do Livramento/RS, na fronteira com o Uruguai. Em Mato Grosso, a rodovia federal corta somente a região Araguaia de norte a sul.
Para viajar pelo Araguaia ainda resta esta obra de grande envergadura por concluir, ligando Ribeirão Cascalheira com Confresa. O traçado por fora da Terra Indígena Marãiwatsédé era uma das opções. São mais de 120km de estrada de chão batido para chegar aos portos do Pará ou do Maranhão. A rodovia federal é a única artéria federal que corta o Araguaia. Apesar da promessa de mais de duas décadas, o asfalto ainda não é uma realidade.
De Querência aos demais municípios do Norte Araguaia, o caminho mais curto para escoamento da produção agropecuária seria o trecho norte rumo ao Pará. Porém, a estrada está cheia de buracos e atoleiros, sem falar na existência de pontes de madeira que vivem dando problemas no lado Mato-grossense da rodovia. Portanto, a infraestrutura atual trava o progresso e o desenvolvimento do Araguaia.
A recente informação do Governo Federal é que o projeto de apoio ao licenciamento ambiental da BR-158/MT foi qualificado na 10ª Reunião do Conselho do PPI, por meio da Resolução nº 69, de 21/08/2019, convertida no Decreto nº 10.138, de 28/11/2019.
O empreendimento contempla a implantação e pavimentação da BR-158, um dos eixos longitudinais do Estado do Mato Grosso na logística de transportes, em especial para o escoamento da safra de grãos, a qual requer licença de instalação para sua concretização. Localizado entre a Divisa dos estados do Mato Grosso e Pará e o município de Ribeirão Cascalheira/MT, totaliza 417,80 km de extensão, incluindo-se aí o segmento de contorno leste da Terra Indígena Marãiwatsédé.
Por Inácio Roberto, com informações da Ascom Ministério da Infraestrutura.