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Porcos selvagens devastam lavouras de milho em MT

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No município de Lucas do Rio Verde (MT) agricultores têm enfrentado problemas nas lavouras de milho devido ao ataque de porcos selvagens. A situação é recorrente e vem ganhando proporção a cada safra, tanto em número de animais quanto em áreas destruídas.

Os ataques dos porcos selvagens nas lavouras de milho foram destaque do episódio 87 do Patrulheiro Agro.

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

Na propriedade em que Valdemir de Souza atua como gerente de produção, foi possível identificar aproximadamente 120 hectares totalmente devastados pelos animais. A área precisou ser replantada três vezes, em razão dos ataques dos animais.

“Teve que replantar umas três vezes aqui, porque plantava em um dia, no outro dia o bicho já estava comendo. Em alguns lugares tivemos que plantar outra variedade, porque da outra não tinha mais, mas tinha que plantar para não ficar os furos no meio da lavoura”, explica o gerente.

O gerente também conta, que a população dos porcos selvagens está aumentando, devido a tamanha proporção do ataque e destruição das lavouras de milho. Outra preocupação é em relação a segurança, já que os animais aparentam ser agressivos, oferecendo risco de vida.

“A população está maior, em outros anos não tinha tanto milho estragado. Os porcos selvagens vêm em bando cerca de 300 animais de uma vez, é até um risco de vida. A gente fica com medo, porque como é na lavoura, se topar com eles, não tem nem árvore para subir”, conta aflito.

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Descontrole de animais pode gerar problemas maiores

Em outra propriedade da mesma região, o agricultor Gilberto Eberhardt conta que além de estar presente nas lavouras, os porcos selvagens já chegaram a invadir a sede da fazenda. Para ele, existe um descontrole dos animais e cabe aos órgãos responsáveis tomar alguma providência, antes que o problema aumente.

“Hoje eles estão invadindo a nossa sede, está tendo um descontrole excessivo dos porcos selvagens, e se nós não tomarmos uma providência junto com os nossos órgãos responsáveis, as pessoas avaliarem essa quantidade, nós não vamos mais ter controle dos animais”, pontua o agricultor.

Além disso, de acordo com o agricultor, os investimentos com tecnologia são altos, e se o problema continuar persistindo na propriedade, futuramente será um desafio continuar com o plantio do milho. Ele estimava colher acima de 140 sacas, mas de acordo com sua avaliação, não vai chegar a 80 sacas.

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

“Do jeito que está indo, não vai ter como plantar milho futuramente. Fiz um alto investimento com tecnologia e a expectativa era colher acima de 140 sacas, mas hoje fazendo uma avaliação, eu não vou colher 80 sacas. Não vou conseguir pagar o custo por conta do dano que aconteceu na minha lavoura”, disse desanimado.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Marcelo Lupatini o porco selvagem não tem um inimigo natural, por isso ele vai aumentando ano a ano. E por conta disso, os prejuízos do produtor aumentam juntos.

“O porco selvagem não tem inimigo natural, ano a ano ele vem aumentando e o prejuízo do produtor também aumenta. No ano passado fizemos as contas e teve áreas que até 5% de perdas o produtor teve na lavoura, o que já estava negativo, o animal vem e tira um pouco mais”, explica o presidente.

Estratégia contra os invasores

Diante dos mesmos problemas enfrentados, o agricultor do município de Vera (MT), Loivo Fedrizzi, precisou adotar uma estratégia para minimizar a invasão, utilizando um “girocóptero” que libera rojões, para espantar os animais da plantação.

Foto: Pedro Silvestre/ Canal Rural Mato Grosso

“Você aciona uma chavinha, ela fecha curto, aí o fio esquenta e detona os fogos. Uns 60 metros de distância ele já começa a detonar, então os últimos vão detonar a uns 15 metros da lavoura. Não machuca o bichinho, eles se assustam e vão para o mato. Fizemos o teste e deu certo, ao menos aqui, eles não têm incomodado”, destaca o agricultor.

POR PEDRO SILVESTRE E ALEXIA OLIVEIRA*, DO CANAL RURAL MATO GROSSO.

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