O Agro não para! E o Dinetec 2021 começa mostrando porque
Em pleno período pandêmico, o agro não para e, firme à sua missão, se empenha com afinco para produzir alimento para um mundo cada vez mais exigente por qualidade e volume de produtos. Eventos como o Dinetec 2021 (Dias de negócios e tecnologias), servem para que os produtores possam conferir, de perto, as novidades que cada um dos 87 stands e mais de 250 marcas presentes no evento trazem para que o homem do campo consiga atender essa demanda.
O maior evento do Agro do Vale do Araguaia, e que abre o calendário de feiras do setor no país, já começou nesta quarta-feira (13/01), com a abertura dos portões para visitação às 07:30h, seguindo todos os protocolos de saúde, com aferição de temperatura na entrada, controle de público e totens com álcool em gel distribuídos entre os stands. Diego Sichocki, sócio da Meta Consultoria, organizadora do Dinetec, salienta que logo no primeiro dia “muita gente já está vindo pra fechar negócio. Fizemos uma abertura rápida, sem cerimônias alongadas, para evitar acúmulo de pessoas, onde tivemos a presença do Presidente da Aprosoja – MT Fernando Cadore, do Prefeito de Canarana – MT Fabio Faria, da Vice-prefeita de Agua Boa – MT Rejane Garcia, e a expectativa é muito boa”, salienta.
Dinetec – feira de ponta no Mato Grosso
O presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, recém empossado como novo comandante da entidade, disse que participa de diversas feiras no Estado e que o Dinetec está de parabéns. “Nós, que temos a oportunidade de andar nas outras feiras, vemos que o Dinetec é um evento consolidado, de ponta. A Aprosoja apoia o Dinetec, porque traz novas tecnologias que o produtor precisa para manter a rentabilidade”.
Com histórico de valorização do agro, Sicredi é patrocinadora oficial do Dinetec 2021
Aliás, a necessidade de investimentos em novas variedades e tecnologias, que é o foco do Dinetec, fica cada vez mais claro em safras como na atual, em que irregularidades nas chuvas, encurtam a janela para o plantio e a colheita. Cadore disse que a irregularidade nas chuvas têm atrasado o desenvolvimento da cultura. “Temos visto um atraso na implementação da safra de soja em torno de 15 a 20 dias no Mato Grosso inteiro. Consecutivamente, teremos uma colheita mais atrasada e concentrada e um plantio da segunda safra com esse atraso. Também vemos uma irregularidade nas chuvas e um déficit hídrico, trazendo o receio de que a chuva que ainda falta, venha concentrada no período da colheita. Podemos ter uma quebra de produtividade, mas o atraso já é fato consolidado”, finaliza Fernando.
Pesquisas e tecnologia para expansão da área
Para o presidente do Sindicato Rural de Canarana, Alex Wisch, o Dinetec traz tecnologias que são importantes, tanto para o aumento da produtividade, quanto para a expansão em áreas novas, visto que a região de Canarana possui uma boa porcentagem de lavouras que ainda podem ser convertidas para o uso da agricultura. “Temos uma previsão de alcançar 350 mil hectares com soja em Canarana, parte em terras boas e parte em terras mais arenosas e com mais cascalho, que precisam de uma tecnologia diferente. Temos muita pesquisa e tecnologia no Dinetec, que vão ajudar nessa expansão”.
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Conforme Wisch, já está sendo discutido nos bastidores da Aprosoja, trazer para a região um projeto parecido com o CAD Parecis, executado na região de Campo Novo do Parecis – MT, que tem o objetivo de desenvolver pesquisas com foco no manejo do sistema produtivo da soja em solos arenosos. “Queremos trazer algo parecido, porque temos aqui na região solos com silte (fragmento de mineral ou rocha menor do que areia fina e maior do que argila) e cascalho”, anunciou Alex.
Segunda e terceira safras
O produtor rural em Canarana e integrante da diretoria da Aprosoja-MT, Diego Dallasta, disse que o mundo precisa cada vez mais de alimentos e, para produzir mais, é preciso investir em pesquisas e tecnologias, algo que o produtor encontra no Dinetec. Conforme explica o produtor, hoje ele consegue utilizar 100% da sua área de soja em primeira safra, com milho e gergelim na segunda safra. “Com a chegada do gergelim e do feijão, temos conseguido fazer 100% da área com safrinha. A segunda safra gira mais dinheiro na cidade, o que capitaliza o produtor e possibilita ele fazer investimentos em tecnologias, como insumos e máquinas, inovações que estão expostas no Dinetec 2021”.
Como uma reação em cadeia, capitalizado o produtor tem condições de investir em inovações para produzir mais. E se uma segunda safra cheia já é realizada na região de Canarana, começa a se falar em terceira safra, utilizando pivô. Dallasta é um dos produtores que está com dois projetos para implementar pivô em sua fazenda. “Já estou com dois projetos de pivô prontos, esperando a outorga. Isso será a próxima revolução da agricultura, proporcionando a terceira safra”, finaliza Diego.
Por Lavousier Machry e Rafael Govari, para a AGRNotícias. Fotos AGR e RGImagens.