Com preço da borracha em queda, mão de obra familiar é o que mantém a atividade em Gaúcha do Norte-MT
Comercializada na casa dos R$ 2,60 o quilo e com safra de setembro a junho, a borracha seca enfrenta cenário de queda no preço pago pelo mercado. Em Gaúcha do Norte – MT, o diferencial encontrado em boa parte das propriedades destinadas a cultura é a presença da mão de obra familiar, o que acaba mantendo a atividade mesmo com preços nada atrativos.
Para o extensionista rural da EMPAER de Gaúcha do Norte, produtor de seringueira e presidente da AHEVEA-MT (Associação dos Heveicultores do Estado de Mato Grosso), Clodoaldo Maccari, nas propriedades que possuem mão de obra familiar e diversificação de renda, a extração da borracha ainda é um bom negócio. “Poucos seringais que tem mão de obra terceirizada estão produzindo no município de Gaúcha do Norte. Onde está dependendo de terceiros, ou o seringal já foi erradicado ou abandonado. Na terceirização é preciso sangrar muita área para se ter um retorno razoável”, pontuou Maccari.
No mercado do látex, os preços não têm reagido a cerca de seis anos, decorrente de falta de políticas públicas para o setor; O cenário permanece ruim e a cultura não tem se viabilizado. “Com renda menor comparada à época de auge da borracha, o produtor tem dificuldade para investir, a produtividade diminui, os problemas vão aumentando, o “secamento de painéis” começa a ser frequente, o que vai desanimando o produtor”, comentou Maccari.
Produção no município
Segundo dados da EMPAER, a produção mensal de borracha no município varia conforme o preço do produto. Em épocas de preços baixos pode estar entre 120 e 150 toneladas/mês, podendo chegar a 200 toneladas/mês em períodos com melhores preços. Já nos seringais, a produção varia muito de acordo com a tecnologia e tratamento utilizados.
Competitividade
A principal dificuldade do setor produtivo brasileiro é competir com a exportação dos países asiáticos, que abastecem cerca de 80% do comércio mundial. Os três grandes exportadores também são os principais fornecedores do Brasil: Tailândia, Malásia e Indonésia, exportadores de 85% do produto no continente asiático.
Para a AGRNotícias, de Gaúcha do Norte, Cely Trevisan.
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