Caso de Raiva Bovina identificado em Gaúcha do Norte – MT – Em toda a região, há 8 casos confirmados
Um novo caso de Raiva Bovina foi identificado na região do médio araguaia, no município de Gaúcha do Norte – MT, a 571 km de Cuiabá. O foco da zoonose foi localizado em uma propriedade rural a cerca de 20 quilômetros da sede do município. O caso, soma-se a outros 7 da região do médio araguaia, identificados neste ano, nos municípios de Água Boa, Ribeirão Cascalheira e Nova Nazaré.
Conforme informações do médico veterinário da Unidade Regional do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso) em Água Boa – MT, Francisco Souto, o caso foi identificado na propriedade, após constatadas mortes de alguns animais, sendo que, apenas em um dos casos a Raiva foi identificada, tendo as outras mortes, outras doenças responsáveis. “Foi realizado o exame de imunofluorescência e identificado a Raiva em apenas um animal”, afirma Souto. Em Gaúcha do Norte, há apenas um caso confirmado; O material recolhido dos outros animais foi enviado para análise e aguarda resultado.
O caso em Gaúcha do Norte está sendo acompanhado por um médico veterinário autônomo que identificou a doença na propriedade e notificou o Instituto. O Indea, que esteve na propriedade no dia 15 de outubro, notificou o produtor rural, proprietário dos animais, para que ele vacine todo o restante do rebanho, o qual, segundo o Instituto, já foi vacinado conforme a orientação. O caso foi informado para a Secretaria Municipal de Saúde da cidade para que esta possa investigar se houve contato físico de pessoas com o animal infectado.
Além disso, conforme Souto, o Indea “iniciou o trabalho perifocal, que é a notificação de todas as propriedades num raio de 12 km do foco para que os produtores efetuem a vacinação”. Desde o ano de 2015 não haviam sido confirmados focos da doença na região. A vacinação contra a Raiva Bovina não é obrigatória, visto que a doença é cíclica e o hospedeiro se desloca. Ainda assim, os produtores rurais a incorporaram na bateria de vacinas ao rebanho, nos meses de maio e novembro de cada ano, como forma de prevenção.
O vírus, no ambiente urbano, é propagado por cães e gatos. Já no meio rural, pelo morcego. A raiva é uma zoonose e o principal transmissor nos herbívoros é o morcego hematófago da espécie “Desmodus rotundus”, que contaminado pelo vírus, elimina o microorganismo pela saliva nos bovinos. O Indea é o órgão responsável pelo programa estadual de controle da raiva em herbívoros, procedendo com a fiscalização de propriedades, captura e tratamento do morcego hematófago, como forma de diminuir a população do transmissor. O risco de maior contaminação da raiva cresce com o número de focos, que denota falha na vacinação. A doença não tem cura ou tratamento. Uma vez contaminado, o animal vai a óbito, justificando o cuidado no manejo do rebanho.
De Água Boa, da Redação, com a colaboração de Inácio Roberto.