2019 pode terminar com o menor estoque de milho dos últimos seis anos
O começo de 2020 já não será tão bom quanto o dos dois anos anteriores. Pelas projeções da CONAB, 2019 será encerrado com o menor estoque de milho dos últimos três anos – pouco mais de 13 milhões de toneladas. Mas isso só aconteceria se as exportações permanecessem no nível estimado pela CONAB – 40 milhões de toneladas. Essa estimativa já ficou para trás.
Em sua mais recente estimativa de safra, divulgada nos primeiros dias de dezembro corrente, a CONAB estimou que as exportações do grão no corrente exercício alcançariam o volume recorde de 40 milhões, cerca de 70% a mais que o exportado em 2018. Neste caso, o estoque final de 2019 (e inicial de 2018) giraria em torno dos 13 milhões de toneladas, aquém, portanto, dos 17,8 milhões/t e 15,6 milhões/t das duas safras anteriores.
O detalhe, é que até novembro os embarques do grão já haviam ultrapassado (dados da SECEX/ME) os 39 milhões de toneladas, resultado que – considerada a média mensal – sugere total anual de 42,5 milhões/t e estoque final não muito superior a 10 milhões/t.
Esse volume tende, também, a ser superado, visto que nos 10 primeiros dias úteis de dezembro corrente foram exportadas perto 2,7 milhões de toneladas de milho. Pois isto projetado para os 21 dias úteis do mês sinaliza volume mensal superior a 5,5 milhões/t (menos que em outubro, 6,137 milhões/t) e um total anual próximo de 45 milhões/t.
Neste caso, a disponibilidade interna na virada do ano (e da safra) girará em torno dos 8 milhões/t, ou seja, o terceiro menor volume dos últimos sete anos. Ou o menor dos últimos seis anos.
Porém, se as exportações permanecerem nos níveis atuais, a situação futura tende a ser ainda pior. Basta, no caso, observar com mais atenção as atuais projeções da CONAB para a safra 2019/20. Somando estoque inicial, produção e importações, o órgão prevê disponibilidade total de pouco mais 112 milhões/t e demanda (consumo interno + exportações) de 102,1 milhões – estoque final de 10,3 milhões/t. No entanto, se as exportações chegarem aos 45 milhões/t ora apontados, o estoque final será negativo.
Fonte: AviSite