Mulheres do agro – Conheça a história de Martina Lupatini
A história sempre lembra de que quando os pioneiros chegaram ao Médio Araguaia na década de 70, o homem ia para roça, e sob várias adversidades, tirava da terra o sustento para a família. Mas a história muitas vezes omite o papel das mulheres desse tempo, que também iam pra roça, só que com a responsabilidade de ainda fazer o serviço de casa. Uma jornada dupla! Aliás; Muitas vezes tripla, tendo os filhos pra cuidar.
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Quase 50 anos passaram do início da colonização. A região cresceu, a modernidade chegou também no interior e aquela falácia de que roça não é lugar para mulher não se sustenta na região. Influenciadas pelo espírito desbravador das pioneiras, jovens mulheres têm decidido morar na roça, trabalhar na roça, viver da roça, criando, plantando, colhendo.
Nesse dia 08 de Março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, a AGRNotícias publica a entrevista com a jovem Martina Lupatini, de 21 anos. Ela pega firme no serviço do campo, seguindo o exemplo de sua mãe, de sua avó, mas sem deixar de acompanhar a modernidade. Suas postagens em redes sociais fazem sucesso e ela tem quase 10 mil seguidores no Instagram.
Filha de João Osmar Lupatini e Jane Maria DellOsbel Lupatini, tem três irmãs: Emeline DellOsbel Lupatini, Bruna DellOsbel Lupatini e Jordana Lupatini. Ela mora com seus pais na fazenda Araras 2, localizada a 42 km da cidade de Canarana – MT, região da MT-020. Na fazenda, a família cria gado (cria, recria e engorda) e também planta, principalmente milho. Confira:
AGR – Martina, você faz várias postagens nas redes sociais de atividades com gado e agricultura. Nos conte um pouco mais sobre como é o seu dia-a-dia?
MARTINA – Aqui cada dia é uma coisa pra fazer: pasto pra formar, manejo de gado, sal pra colocar, cerca pra arrumar… Aqui, aos poucos, vamos fazendo cada coisinha e todo dia é um aprendizado. Como sou nova, eu vou aprendendo sempre com meus pais. Só não pode parar, vai aprendendo e colocando na prática.
AGR – Muitos filhos de produtores não querem mais seguir os passos dos pais e seguir no campo. Como você parece que essa realidade é diferente. Por quê?
MARTINA – Eu cresci no meio do campo, fui criada com animais sempre perto de mim e, querendo ou não, vamos pegando uma paixão por tudo isso ali. O carinho que você recebe de volta não tem preço, tudo que tem no campo é uma nova experiência e isso dá prazer.
AGR – O que sua família fala para você por ter escolhido trabalhar com o agro?
MARTINA – Minha família quase toda é do agronegócio, então eles apoiam e muito. O agro gera muitas oportunidades de crescimento hoje em dia.
AGR – Existem outras jovens que você conhece na região que trabalham no campo, ou você é uma exceção?
MARTINA – Sim, tem muitas, hoje em dia a mulherada está tomando conta. Como eu disse, o agronegócio tem muitas oportunidades para todo tipo de pessoa. Além disso, mulherada no campo é um sucesso.
AGR – Dia 08 de março é o Dia Internacional da Mulher. Na sua opinião, existe alguma limitação para a mulher exercer as atividades atuais relacionadas ao agro?
MARTINA – Não, hoje em dia ficou tudo muito mais simples. Eu vejo pelas histórias dos meus avós e dos meus pais, como era tudo muito difícil e hoje a tecnologia tomou conta. Hoje é só questão de pensar e colocar pra funcionar.
AGR – Qual é o seu projeto de vida? Você pretende continuar no campo?
MARTINA – Bom, não tenho nada muito firme kkkkkk. Cada dia é uma nova ideia e tem novas oportunidades. Com o passar do tempo, você vai criando novas ideias para sua vida e nunca vão ser os mesmos planos de anos atrás. Quero sim continuar aqui, crescer e sempre manter essa força de vontade. Eu paro pra pensar e vejo como a vida do campo nós traz uma paz e não me vejo fora daqui.
Confira fotos do dia-a-dia de Martina Lupatini:
Por AGRNotícias.