Milho: produtividade que era de 130 sacas por hectare agora chega a 85 em MT
Com atrasos no plantio de milho e produtividade abaixo das 93 sacas por hectare no campo, a colheita da segunda safra entra na reta final em Mato Grosso.
Dos 4.600 hectares plantados, o produtor Jorge Piccinni Filho colheu até o momento aproximadamente 70% da safra de milho. Nesta mesma época no ano anterior, os trabalhos de campo já tinham sido finalizados. O rendimento do milharal também causa frustração no agricultor.”
A gente estima uma perda de uns 40%. Teve área que a gente sempre fechava em 130 sacos, mas este ano a gente fechou 85 sacos na fazenda inteira”, relata Filho.
O estresse hídrico em metade da área cultivada fora da janela e o ataque inesperado de cigarrinhas são apontados pelo agricultor como principais fatores da baixa na produtividade das lavouras.
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“Esse ano, a pressão e o enfezamento foram muito grandes. A gente está muito preocupado. Tem áreas com danos muito significativos e de tudo quanto é jeito. Muitas áreas de milho caídas e com certeza vai ter uma quebra na produtividade, completa o produtor.
Os produtores de milho do estado correm contra o tempo na retirada do milho do campo. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até agora, 84,2% da safra plantada no estado foi colhida, cenário inferior ao ano passado quando nesse mesmo período mais de 93,5% da produção já havia sido retirada do campo. Os estudos também apontam que os rendimentos poderão apresentar maiores reduções nos próximos dias, visto que as novas frentes de colheita serão sobre as áreas mais prejudicadas pelo atraso da semeadura.
“Olhando de um modo geral a gente não tem um reporte tão significativo ainda, apenas pontualmente em alguns casos, porque os produtores e as empresas foram repassando esses ajustes ao longo da safra e esse percentual acaba englobando a produtividade. É uma preocupação realmente em relação a oferta e demanda, de como vai fechar esse balanço até o final da safra não só aqui em Mato Grosso mas em todo o Brasil com esse cenário de seca e geadas”, destaca o gestor de inteligência de mercado do Imea, Cleiton Gauer.
O presidente do sindicato rural de Sinop, Ilson Redivo, diz que o ano foi complicado para a safra de milho. “Essa dificuldade vem desde a safra da soja, que atrasou a colheita em função do excesso de chuvas e consequentemente foi jogada o plantio da safra do milho mais para frente do que o normal. A chuva cortou antes do previsto, foram poucas chuvas no mês de maio. Quem recebeu chuvas teve uma produtividade melhor, quem não recebeu, teve resultado mais baixo. Isso traz os resultados que estamos colhendo agora”, afirma.
Por Pedro Silvestre, de Cuiabá (MT), Canal Rural.