Mato Grosso lidera solicitações de recuperação judicial
De acordo com um levantamento realizado pela Serasa Experian apontam que 76 produtores rurais brasileiros que atuam como pessoa jurídica solicitaram recuperação judicial nos três primeiros meses de 2024. Esse número é o maior já registrado desde o início da série histórica, em 2018, e revela uma tendência preocupante no setor agropecuário, especialmente no segmento de soja e pecuária bovina, que juntos contabilizaram 60% dos pedidos.
Apesar do aumento, o head de agronegócio da Serasa, Marcelo Pimenta, destaca que o setor não está enfrentando uma crise generalizada, já que a maioria dos produtores continua operando de forma estável. “É importante incentivar alternativas como renegociação de dívidas e o Fiagro Reorg para restabelecer a saúde financeira antes de recorrer à recuperação judicial”, afirma Pimenta.
A análise da Serasa também mostra que o modelo preditivo Agro Score pode ajudar a prever instabilidade financeira antes que ocorra inadimplência, permitindo que credores tomem decisões mais seguras. Segundo o levantamento, produtores de grande porte e aqueles sem propriedade, como arrendatários, foram os maiores responsáveis pelos pedidos, com 45 solicitações.
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O estado do Mato Grosso liderou o ranking de pedidos de recuperação judicial entre os produtores rurais PJ, com 26 solicitações, seguido de Goiás, com 14. A concentração dos pedidos na região Centro-Oeste reforça a necessidade de acompanhamento mais rigoroso no crédito rural.
Entre os produtores rurais que solicitaram recuperação judicial, o destaque fica para aqueles do setor de soja, que registraram o maior número de pedidos no primeiro trimestre de 2024, totalizando 45 solicitações. A soja, principal commodity do agronegócio brasileiro, enfrenta desafios relacionados a oscilações nos preços internacionais e aumento nos custos de produção, fatores que contribuem para o aperto financeiro de muitos produtores. Esse cenário reforça a necessidade de estratégias eficazes de gestão de risco e crédito para o setor, especialmente em momentos de adversidade econômica.
Por Agrolink – Aline Merladete.