Manejo integrado combate doenças do feijão-caupi com eficiência
“Doenças fúngicas do feijão-caupi no estado do Pará” é a publicação recém-lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) destinada aos agentes da cadeia produtiva dessa leguminosa no estado. A obra orienta como fazer o manejo integrado das doenças para evitar ou minimizar os danos provocados, utilizando-se várias medidas culturais agregadas.
Editada no formato de circular técnica, a publicação traz também fotos ilustrativas dos sintomas causados por fungos nos plantios, e serve como um guia aos técnicos e produtores paraenses. A obra está disponível no Portal Embrapa (acesse aqui), de forma permanente e gratuita.
Ao apresentar um conteúdo diferenciado que visa minimizar as perdas na lavoura a partir do planejamento do cultivo, a circular técnica sobre as doenças fúngicas do feijão-caupi no Pará acaba se alinhando ao propósito de outros instrumentos de fortalecimento dessa cadeia produtiva, como o zoneamento agrícola de risco climático (ZARC) da cultura para o Pará (o primeiro lançado em 2020), que também requer planejamento da parte dos produtores.
As vantagens do melhoramento genético conquistadas pela pesquisa e embutidas nas plantas cultivadas, como a alta produtividade e a resistência a doenças, costumam ser potencializadas com o bom manejo da cultura. Mas, conforme explicado na publicação, há casos em que o controle e a prevenção são possíveis somente por meio de manejo – situação que por si só já revela a importância e impacto de um trabalho como esse no meio produtivo do Pará, responsável por 30% do feijão-caupi produzido na região Norte (safra de 2019/2020).
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Manejo programado
Para os autores da publicação, “o sucesso da cultura do feijão-caupi no estado do Pará está diretamente relacionado ao acompanhamento programado do cultivo”. Segundo eles, as técnicas de caráter preventivo, quando aplicadas no tempo certo e de forma eficiente, podem diminuir as perdas em volume e qualidade de produção decorrentes de condições de cultivo inadequadas.
“Nesse trabalho reunimos informações que permitem reconhecer facilmente os sintomas no campo e agilizam as decisões sobre medidas a serem adotadas contra a mela, a podridão cinzenta do caule, a mancha-café, a cercosporiose e a podridão de esclerócio, que são as doenças que causam perdas expressivas na cultura”, exemplifica Ruth Linda Benchimol, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e autora da publicação.
Há outras doenças de menor importância econômica, como carvão, mancha-alvo, oídio ou cinza e podridão das vagens, mas que também precisam ser manejadas, complementa a autora. Os resultados da pesquisa enfatizam a importância do manejo integrado das doenças, com adoção de várias práticas em conjunto, como é o caso da mela, cujo controle com medidas isoladas, de acordo com os estudos, não tem se mostrado eficaz.
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A obra “Doenças fúngicas do feijão-caupi no estado do Pará” (clique sobre o título para acesso ao repositório Infoteca-e), resulta de uma pesquisa realizada no período que compreende os anos de 2011 a 2019, em campos do Marajó, Belém e Nordeste Paraense, este um tradicional polo de produção do grão no Pará.
Antes da recém-lançada circular técnica sobre doenças fúngicas, a Embrapa Amazônia Oriental abordou a temática do feijão-caupi no boletim de pesquisa e desenvolvimento intitulado “Avaliação da produtividade de cultivares de feijão-caupi para cultivo no estado do Pará”, que pode ser acessado diretamente clicando-se no título. O próximo boletim, prestes a ser publicado, virá em inglês, “Phosphorus and zinc fertilization for cowpea in Amazonia”, sobre fertilização de feijão-caupi com fósforo e zinco em condições amazônicas.
São coautores de “Doenças fúngicas do feijão-caupi no estado do Pará”, ao lado de Ruth Linda Benchimol, os pesquisadores Francisco Rodrigues Freire Filho, Rui Alberto Gomes Júnior e João Elias Lopes Fernandes Rodrigues, da Embrapa Amazônia Oriental; Carina Melo da Silva, professora na Universidade Federal Rural da Amazônia; Renata Sena Cardoso, engenheira florestal, ex-bolsista PIBIC; e Raquel Giselli Assis do Rosário, graduanda de Agronomia na Universidade Federal Rural da Amazônia.
Por Embrapa.