Inoculante que libera fósforo para as plantas rende até 7 sacas a mais de soja
Estudos realizados pela Embrapa revelam que há um estoque bilionário de fósforo nos solos brasileiros e também do mundo. O problema é que esta grande reserva não é aproveitada pelas plantas, garante a pesquisa. De toda a adubação lançada no solo, apenas 30% do fósforo é usado pela soja, o restante fica retido no solo e as plantas não conseguem usar. Com base nisso, a Embrapa desenvolveu uma tecnologia que promete facilitar a absorção deste nutriente pelas raízes e render até 7 sacas a mais de soja por hectare.
No mercado brasileiro já existem muitos produtos biológicos, mas desta vez vamos falar sobre um específico, que muitos produtores estão curiosos sobre os resultados que ele pode entregar. Trata-se de um Inoculante para solubilização de fósforo contido no solo. Isso quer dizer que as bactérias ajudam a disponibilizar o nutriente que as plantas não conseguem resgatar por conta própria.
“Ou seja, os produtores irão conseguir resgatar essa poupança de fósforo que se encontra inerte nos solos e entregá-lo para as plantas”, diz a pesquisadora da Embrapa Christiane Abreu de Oliveira Paiva, que liderou os estudos. “Sem o fósforo, as produtividades na agricultura brasileira ficam bastante limitadas. É uma oportunidade que o produtor tem para reverter isso.”
O produto da Embrapa foi nomeado como BiomaPhos, lançado em 2019, fruto da parceria entre a Embrapa e a empresa Bioma, mas existem outros produtos no mercado que trazem como vantagem a promoção do crescimento da parte aérea e das raízes das plantas, permitindo maior produção e maior produtividade. “Como essas bactérias favorecem as raízes e a eficiência da adubação, as plantas absorvem mais fósforo, ficam com melhor volume de raiz e conseguem dar um arranque maior pós plantio”, afirma Christiane.
A pesquisadora explica que o solo brasileiro, por ser mais antigo e com muitos metais (principalmente ferro e alumínio), acaba retendo as moléculas de fósforo e quando o produtor lança o adubo, grande parte fica preso. “No Paraná, por exemplo, 70% do fósforo lançado, fica preso no solo e a planta não absorve. Então essa bactéria vem justamente para melhorar o acesso da planta a esse nutriente que já está no solo, diminuindo assim a necessidade de usar ainda mais adubo”, afirma ela.
Fonte e matéria completa: Canal Rural.