Indígenas Xavante da TI Pimentel Barbosa realizam colheita de cerca de 10 toneladas de milho
Indígenas da etnia Xavante que vivem na Terra Indígena (TI) Pimentel Barbosa, Região Nordeste do estado do Mato Grosso, realizaram a colheita de cerca de 10 toneladas de milho na comunidade. A produção conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e contribui para a segurança alimentar e nutricional de famílias indígenas de diversas aldeias da região.
A prefeitura de Canarana (MT) também é parceria no projeto. O plantio do alimento ocorreu no início deste ano, em uma área de aproximadamente 10 hectares. Além da complementação alimentar, a produção de milho pode gerar renda à comunidade indígena por meio da comercialização do excedente produzido.
A Coordenação Regional (CR) Ribeirão Cascalheira, unidade descentralizada da Funai na região, dá suporte ao projeto e também apoia outras atividades produtivas desenvolvidas em aldeias Xavante, como a coleta de sementes, frutos e batatas tradicionais na aldeia Santa Cruz, da TI Pimentel Barbosa, e a coleta e venda de castanha do baru por mulheres indígenas das aldeias Tritopa e Santa Rita, da TI Areões.
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“Além de obter renda comercializando o produto sazonal, a inciativa das mulheres Xavante é um modo de valorizar os gêneros do Cerrado e as práticas tradicionais indígenas”, comenta o coordenador da CR Ribeirão Cascalheira, Jussielson Gonçalves. A unidade atua junto a diversas comunidades da etnia, sendo que sua área de atuação abrange os municípios mato-grossenses de Água Boa, Nova Nazaré, Canarana, Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Alto Boa Vista e São Félix do Araguai, onde vivem aproximadamente 6 mil indígenas.
Projeto Aldeia Sustentável
Com o objetivo de garantir a autonomia econômica, alimentar e cultural na aldeia Belém, indígenas Xavante iniciaram o Projeto Aldeia Sustentável A’uwë Uptabi, que significa povo verdadeiro no idioma Xavante. O projeto piloto implantado na comunidade visa retomar as práticas tradicionais de cultivo, o uso de queimadas controladas, a coleta de frutos e sementes e os hábitos alimentares tradicionais. Desenvolvida desde dezembro de 2020 na aldeia Belém, a iniciativa será replicada em outras 15 aldeias da TI Pimentel Barbosa.
Três unidades descentralizadas da Funai apoiam a iniciativa: as CRs de Cuiabá, Ribeirão Cascalheira e do Xingu, bem como a Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO). A Funai acompanha a elaboração do projeto desde o início, com participação nas visitas e reuniões técnicas. Sob gestão do Instituto Kurâdomôdo de Cultura Sustentável, o projeto conta também com suporte do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e prefeitura de Canarana (MT).
Por Nova Funai.