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Gilmar Wentz assume Sindicato Rural e fala sobre o futuro do agro em Querência

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O produtor rural e ex-prefeito de Querência – MT, Gilmar Reinoldo Wentz, 53 anos, assumiu no dia 1º de julho, a presidência do Sindicato Rural de Querência, no lugar do ex-presidente Osmar Frizzo. 

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Natural de Não Me Toque-RS e morador de Querência desde 1992, Gilmar produz soja, milho e feijão irrigado em uma área de 4.500 hectares, trabalho que é coordenado por um grupo familiar. Ele ficará por três anos à frente do Sindicato Rural de um dos principais municípios produtores de grãos do Mato Grosso e também do Brasil.

Gilmar Wentz concedeu entrevista para a AGRNotícias e falou do cenário atual e das perspectivas para o futuro do agro no município de Querência. Confira:

O produtor rural e ex-prefeito, Gilmar Wentz, assumiu no mês de julho a presidência do Sindicato Rural de Querência

Osmar Frizzo (E) – ex-presidente do Sindicato Rural; ao lado de Gilmar Wentz (D) – atual presidente do Sindicato Rural

AGR – Querência é hoje um dos principais produtores de grãos do MT. O município tem espaço para crescer em área e em produtividade?

GILMAR – Querência planta quase 400 mil hectares de soja e o município tem um pequeno espaço para crescimento, em torno de 10 a 15%, convertendo áreas de pastagens em lavouras. Além de aumentar a área, acredito também para os próximos anos num aumento da produtividade em até 30%, através do investimento em tecnologia e manejo.

AGR – O município tem como as principais culturas a soja e o milho. Você enxerga a possibilidade de consolidação de outras culturas, como o feijão, gergelim ou algodão?

GILMAR – A soja e o milho são as principais culturas. Hoje, 55% da área de soja é utilizada com milho na segunda safra. Mas além disso, plantamos o feijão caupi, 10 mil hectares de gergelim e 10 mil hectares de algodão. Aliás, acredito num grande crescimento na área do algodão, porque temos grandes grupos que começarão a investir na cultura. Hoje isso é possível porque temos uma energia estável, o que possibilita a instalação de algodoeiras para processar o produto.

AGR – Querência possui mais de dois mil hectares com pivô. Você acredita em um aumento na área de irrigação nos próximos anos?

GILMAR – Há uma tendência no crescimento da área de pivô em Querência, porque temos energia e água em abundância. Muitos produtores já entraram com pedido de licença ambiental e de financiamento. Acredito que em até cinco anos, o município possa ter até 15 mil hectares com irrigação.

AGR – O Mato Grosso, conforme a Conab, possui um grande déficit de capacidade de armazenagem estática. Em Querência os produtores estão investindo na construção de silos?

GILMAR – Se pensarmos só na soja, temos armazém o suficiente, mas pensando no milho, precisamos de mais armazenagem. Acredito que em pouco tempo isso também vai ser resolvido, devido aos investimentos que estão sendo feitos, visando a necessidade e também oportunidades, para vender no melhor preço ou escoar no melhor período.

AGR – O município está com um projeto, através de PPP, com participação dos produtores, para asfaltar estradas do interior. Você pode passar mais informações sobre isso?

GILMAR – Temos uma PPP (Parceria Público Privada) sendo trabalhada junto com um grupo de produtores na MT-110, sentido a Mata Linda. De Querência até o final dela são 90 km e a construção vai iniciar do final, vindo pra cidade. O projeto abrange inicialmente 58 km, onde os produtores e a Prefeitura entram com parte e o Estado com outra parte. No momento a PPP está em fase de licenciamento. É uma iniciativa dos produtores e é um exemplo a ser seguido para as demais MTs, visto que Querência conta com quase 400 km de rodovias estaduais.

AGR – Querência está para receber uma indústria de etanol de milho. Que impacto isso trará para os produtores e todo o município?

GILMAR – A gente tem uma expectativa grande. A área para instalação já está resolvida. Porém, agora, o preço do dólar e do petróleo tirou um pouco da vontade de execução, mas as indústrias de etanol de milho são uma tendência no Mato Grosso. A obra estava prevista para iniciar em 2021 e agora foi adiada para 2022. Isso vai ser muito bom, principalmente para os produtores, que terão uma garantia maior na hora de vender o milho, pois até cinco atrás, os produtores precisavam do auxílio do Governo Federal para escoar a produção. Além do etanol, a indústria produz DDG, que é utilizado em confinamentos e isso pode atrair muitos investimentos para cá.

AGR – Quais são os desafios que você pretende enfrentar e resolver como presidente do Sindicato Rural?

GILMAR – Os desafios são diários. Precisamos trabalhar em conjunto com a Famato, com a CNA, com o poder público nos interesses em comum. Aqui em Querência temos parceria com um centro de pesquisa, com a feira municipal, realizamos cursos e treinamentos oferecidos para toda a população em parceria com o Senar. O grande desafio é você colocar seu nome e ficar à frente de uma entidade tão representativa. Querência só existe em função dos produtores rurais e da produção agropecuária. Então você representar essa classe é um grande desafio e uma grande satisfação. E, lógico, ninguém faz nada sozinho, existe uma diretoria e as decisões são sempre tomadas em conjunto.

Por AGRNotícias.

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