Fim do vazio sanitário: onda de calor pode atrasar plantio
O vazio sanitário, que é o período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada, chega ao fim em várias regiões do Brasil, como Paraná, São Paulo e Mato Grosso. No entanto, a onda de calor que atinge o país pode dificultar o início do plantio, que estava previsto para começar a partir de setembro. Segundo Gabriel Rodrigues, meteorologista do Portal Agrolink, as altas temperaturas e a seca prolongada trazem preocupações adicionais para os produtores que já se preparam para a nova safra.
Com o fim desse período, os agricultores estão autorizados a iniciar o plantio. Porém, as condições climáticas adversas podem forçar os produtores a adiar essa etapa essencial para garantir o desenvolvimento saudável das culturas.
De acordo com Gabriel Rodrigues, o bloqueio atmosférico que persiste sobre o Brasil central está provocando uma onda de calor intensa, com temperaturas que ultrapassam os 40°C em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além do calor, a umidade relativa do ar tem caído para níveis críticos, abaixo de 10% em algumas áreas, criando um ambiente desfavorável para o plantio.
“Com essas condições extremas, o plantio direto se torna ainda mais necessário para proteger as sementes do calor intenso e preservar a umidade no solo. No entanto, mesmo essa prática depende de um mínimo de umidade para ser eficaz, algo que está em falta neste momento”, alerta Rodrigues.
No Paraná e em partes de São Paulo, onde o vazio sanitário se encerrou em 1º de setembro, os produtores poderiam teoricamente começar a semear. No entanto, a recomendação é de cautela. A falta de umidade no solo e o alto risco de incêndios tornam as operações de manejo agrícola arriscadas. Sem uma previsão concreta de chuvas para as próximas semanas, o plantio em condições normais está ameaçado.
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Em Mato Grosso, o vazio sanitário termina em 7 de setembro, e em Mato Grosso do Sul, em 16 de setembro. Contudo, a falta de perspectiva de chuvas mantém os agricultores em estado de alerta. Muitos optam por adiar o plantio na esperança de que as condições climáticas melhorem, evitando perdas significativas na produtividade das lavouras.
A expectativa é que as chuvas retornem em meados de setembro, mas até lá, os produtores precisam avaliar cuidadosamente o melhor momento para iniciar o plantio. “Esse ano está sendo especialmente desafiador. Não temos um cenário claro devido às variações climáticas, e isso exige um planejamento ainda mais estratégico por parte dos agricultores”, conclui Gabriel Rodrigues.
Com um cenário climático incerto e condições adversas, o final do vazio sanitário em 2024 marca o início de uma safra que promete ser desafiadora para os produtores em diversas regiões do Brasil.
Por Agrolink – Aline Merladete.