Escassez eleva custo da mão-de-obra capacitada em até 40% em MT
Um aumento de até 40% no custo da mão-de-obra para manter um profissional capacitado. É o que prevê o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) para a safra de 2023/24.
A realidade apontada por alguns agricultores de Mato Grosso, motivada pela escassez de uma mão-de-obra qualificada para o campo, é o tema do episódio 72 do Patrulheiro Agro.
A situação é considerada preocupante. Especialistas e lideranças do setor cobram atenção redobrada na formação de profissionais para garantir o futuro da agricultura mato-grossense.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, explica que o problema ocorre tendo em vista que a agricultura expandiu nos últimos anos, porém não foi condizente com a relocação de profissionais especializados no campo.
“A gente soma isso à evolução das máquinas, das tecnologias e o que a gente tem cada vez mais é um descolamento entre a necessidade e o preparo dos profissionais que trabalham no campo”, diz Fernando Cadore.
Nematoides causam perdas de uma a cada dez safras de soja no Brasil
O cenário preocupa os colaboradores
Gerente de produção Luis Antonio Huber, comenta que a situação preocupa também os colaboradores das propriedades. “Profissional capacitado e pronto para o trabalho é difícil. Aí é preciso manter um salário bom, oferecendo uma outra vantagem para o trabalhador ficar na sua empresa. De uns três anos para cá, subiu em 40% o custo para manter um profissional capacitado”, pontua.
Já para o agricultor Fernando Ferri, esse problema com profissionais capacitados faz com que ele tenha uma perda na agilidade dos processos da lavoura, uma vez que o produtor tem deixado de fazer algumas atividades para ensinar os colaboradores.
“Mato Grosso cresce a ritmo chinês a 7%, 8%, 10% ao ano e nós não estamos conseguindo suprir a demanda de mão de obra com o pessoal local. Falta gente qualificada e que tenha experiência na área. Tinha uma vaga de operador de secador, não apareceu e eu paguei um operador de máquina e estou ensinando ele a operar o secador. Estou tendo mais funções”, explica.
Por Pedro Silvestre e Ana Moura, Canal Rural.