Entidade pede para agricultor ‘tirar o pé’ e cita apagão de armazenagem
O preço da soja deve entrar em um ponto equilíbrio no mercado mundial diante o pós-pandemia e crises econômicas. Entretanto, tal patamar no Brasil, de acordo com especialistas, está abaixo do custo de produção, que em algumas localidades já registra a saca abaixo de R$ 150. A safra brasileira 2022/23 de soja, conforme ele, pode ser considerada uma “safra boa”, apesar das expectativas não terem sido atingidas, uma vez que em regiões, como o Rio Grande do Sul, registraram perdas em decorrência as condições climáticas.
A queda nos preços é uma preocupação, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Morais Rosa, vista tanto na soja quanto no milho. O diretor-executivo da Aprosoja Brasil pontua que ao se olhar para o panorama macroeconômico internacional a tendência é uma desvalorização do dólar, o que internamente para o Brasil é um “problema”.
Outro que também usou as redes sociais para comentar o atual momento foi o Presidente da Aprosoja – Mato Grosso, Fernando Cadore. Em vídeo publicado nesta sexta-feira (19) alerta produtores sobre o cenário atual dos preços da soja, fala sobre a rentabilidade, custos de insumos e principalmente com a situação atual da oleaginosa.
“Todos sabem que nós tivemos um aumento generalizado de fertilizantes, máquinas, insumos, peças e tudo mais. Há mais de um ano a Aprosoja vem pedindo para que o produtor olhe para a viabilidade. Seja reduzindo a fertilização” – o presidente cita estudo que mostra que é possível diminuir a aplicação de fertilizantes. Segundo o mandatário talvez seja a hora de olhar ainda mais com carinho para essas questões no momento atual que vivemos. Ele diz que o principal ‘insumo’ é a viabilidade, e que também é hora de tirar o pé, frear e olhar para a matemática da Agricultura para que haja resultado financeiro. “Vivemos um momento em os preços [do grão] estão baixos e sem dúvida nenhuma a rentabilidade está em risco.” – Fernando também diz que a associação está à disposição dos produtores.
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Ele também diz que a entidade está trabalhando nas políticas que pode trazer menos impactos a crise e cita a questão do armazenamento de grão que está em Déficit. “Nós levamos isso para o governo passado e para o atual. É imprescindível que o Brasil olhe para o problema do armazenamento. Nós vamos ter um apagão de armazenagem agora, temos só 45% da capacidade de armazenagem da soja“. Cadore pede que o atual governo entenda que o problema de armazenagem é de ordem de soberania nacional, e também políticas públicas que tragam referência de preço para que a atividade não fique inviabilizada. “Lembrando que quando a agricultura e a pecuária vai mal invariavelmente essa queda na arrecadação sai do comércio, serviços, supermercado, enfim, todos perdemos quando o agro vai mal.”
Por Compre Rural.