Em Mato Grosso, a colheita do milho segunda safra está encerrada. Mais de 90% da produção já foi negociada e quem ainda tem grão para vender encontra preços animadores, acima dos R$ 40 por saca. Por outro lado, o preço elevado coloca em alerta quem precisa do produto para alimentar os animais, que precisam de novas estratégias para garantir o futuro na atividade.
Finalizada a colheita de milho em Mato Grosso
Na fazenda de Enéas Gláucio Batistella, de Santa Rita do Trivelato, a produtividade média do milho acabou superando as expectativas do agricultor, com 22 sacas a mais do que o esperado por hectare.”Esse ano,o clima foi muito bom, tivemos chuvas regulares, com isso bom retorno na produção. Em relação aos preços, a gente já tinha pré-fixado boa parte da estimativa de produção, garantindo parcela de máquinas e investimentos que a gente já tinha feito para não correr risco, porém os preços não foram tão interessante como na época da colheita”, disse.
O produtor está atento aos preços oferecidos pelo grão. Atualmente, os valores são maiores do que os primeiros contratos negociados e ele ainda tem 10% da produção não comercializada. Agora, busca uma oportunidades para fazer um bom negócio. “Hoje o cenário é melhor ainda. O milho tem se mantido em alta porque a maioria já tinha comercializado e, esse pequeno saldo que falta comercializar, a gente está segurando para ver se consegue pegar um preço melhor. Já existe contratos futuros para 2022 para o grão de milho em torno de R$ 33,34 aqui,, isso mostra uma boa tendência. Mas é claro que isso vai depender do clima”, completou.
Foto: Divulgação Governo Federal
Segundo o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Antônio Galvan, alguns acontecimentos explicam o atual momento do preço do grão. “A primeira questão é que não aumentou a produção mundial, pelo contrário, até reduziu por problemas climáticos. O segundo ponto foi a melhora de vida, principalmente dos asiáticos e outros países, que automaticamente passaram a consumir mais proteínas animal, e a proteína animal é oriunda da proteína vegetal, ou seja, do milho e da própria soja, então essa demanda, pelo produto, pela quebra de produção e aumento de consumo de proteínas animais isso é o que tem feito essa grande demanda que está aí”, disse.
Por outro lado, o bom momento do grão significa aumento de custo nas granjas. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), que representa os criadores no estado, o reajuste do milho e do farelo de soja foi muito maior do que o valor do suíno.“O nosso poder de compra diminuiu bastante. Há quatro anos, precisava de 7 quilos de suínos para comprar um saco de milho, hoje precisamos de 8,5 quilos de suínos para comprar o mesmo saco. O custo de produção aumentou muito mais do que o preço do suíno”, afirma o presidente da Acrismat, Itamar Canossa.
Com a forte demanda pelo produto no mercado, os criadores já estudam novas estratégias na atividade. “É algo imprescindível e que o suinocultor tem que pensar. Daqui para frente é pensar e agir de certa forma é balizar o preço de compra do insumo, principalmente do milho e do farelo de soja. No caso do milho, é interessante que forme contratos antecipado, que fixe preço e de certa forma conseguindo fixar o custo de produção para o ano seguinte. O passo seguinte é a questão da estocagem, onde no primeiro momento não, mas no segundo ponto que se construa a própria estocagem na granja e se pode fazer isso utilizando linhas de créditos. Essa é a diferença que pode definir a falência ou o sucesso na atividade suína”, completou Canossa.
Por Canal Rural.
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