Grupo se reúne para discutir estratégias de combate do bicudo-do-algodoeiro no Vale
O bicudo-do-algodoeiro é o principal problema da produção da pluma e está inviabilizando a cultura em muitas regiões. Essa praga causa queda acentuada de botões florais e abertura irregular dos capulhos do algodoeiro. O controle é feito por defensivos, mas conforme especialistas, essa não deve ser a única alternativa.
Para discutir o assunto e criar manejos de controle, o Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA), criou nove grupos regionais denominados GTA (Grupo Técnico do Algodão), composto por produtores, diretores e gerentes de fazendas, agrônomos, técnicos agrícolas, consultores e pesquisadores. Os GTAs tem o objetivo de entender as características de cada região e planejar ações regionais para reduzir a população do bicudo.
No Vale do Araguaia, no Mato Grosso, aconteceu a primeira reunião do GTA na Fazenda Malu, no município de Bom Jesus do Araguaia-MT, realizada na quarta-feira (23/10). Participaram cerca de 25 pessoas de outros quatro municípios do Estado, sendo Nova Xavantina, Canarana, Querência e Bom Jesus do Araguaia.
O elevado potencial do bicudo-do-algodoeiro como praga é decorrente do ataque às estruturas reprodutivas do algodoeiro. Nas reuniões anteriores em outras regiões, alguns apontamentos já tinham sido feitos, como a necessidade de escolha correta dos inseticidas, regulagem dos equipamentos, monitoramento da praga na entressafra e destruição das tigueras e soqueiras. Porém, elas terão efeitos se não forem feitas de forma isoladas. O vazio sanitário no Araguaia é de 1º de outubro a 30 de novembro.
Conforme Juliano Pinel do IMA, em entrevista para a AGRNotícias, como a cultura está iniciando no Vale do Araguaia, a incidência da praga na região ainda é menor do que nos principais polos produtivos. “Essa reunião foi muito importante para podermos fazer um trabalho de supressão, com objetivo de não acontecer aqui o que já aconteceu em outros lugares, como Campo Verde – MT e Primavera do Leste – MT, onde o bicudo causa grandes prejuízos. O Vale já tem o bicudo, mas em porcentagem mais baixa. A proposta que saiu da reunião é fazer primeiramente o armadilhamento, para que se tenha noção de como que está a incidência da praga nessas áreas onde o algodão está entrando”, disse Juliano.
Algodão no Vale
Conforme levantamento IMA, a área plantada entre primeira e segunda safra (19/20) de algodão em todo o Vale do Araguaia foi de aproximadamente 45 mil hectares, ocorrendo um aumento expressivo em relação à safra anterior (18/19), que somou 28.120 hectares de área cultivada. Para o próximo ciclo se espera mais um grande crescimento da cultura.
Por AGRNotícias