7 Focos de Raiva Bovina no Médio Araguaia elevam risco de contaminação
Nos últimos meses de 2019, a região do Médio Araguaia já apresentou 7 focos de raiva bovina. Os dados são do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso) e os focos foram registrados nos municípios de Água Boa, Ribeirão Cascalheira e Nova Nazaré, todos no Mato Grosso. O Instituto ainda apontou outras duas notificações de doença nervosa em bovinos em Canarana-MT, nos meses de agosto e setembro, sem confirmação, contudo, na prova biológica.
Desde o ano de 2015 não haviam sido confirmados focos da doença na região. A vacinação contra a raiva bovina não é obrigatória, visto que a doença é cíclica e o hospedeiro se desloca. Ainda assim, os produtores rurais a incorporaram na bateria de vacinas ao rebanho, nos meses de maio e novembro de cada ano, como forma de prevenção.
O Indea é o órgão responsável pelo manejo, combate e monitoramento do hospedeiro do vírus rábico. O vírus, no ambiente urbano, é propagado por cães e gatos, já no meio rural, pelo morcego. A raiva é uma zoonose e o principal transmissor nos herbívoros é o morcego hematófago da espécie “Desmodus rotundus”, que contaminado pelo vírus, elimina o microorganismo pela saliva nos bovinos.
Risco de Contaminação
O risco de maior contaminação da raiva cresce com o número de focos, que denota falha na vacinação. A doença não tem cura ou tratamento. Uma vez contaminado, o animal vai a óbito, justificando o cuidado no manejo do rebanho.
Para a fiscal do Indea, Renata Tiarini, “é importante que o produtor fique atento ao comportamento do rebanho, sendo que o sinal inicial é o isolamento do animal infectado”. Tendo a suspeita da doença, o produtor deve comunicar o Instituto e jamais realizar o abate dos morcegos por conta própria, visto que a espécie de morcego “Desmodus” é protegida por lei. Após a comunicação ao INDEA, um equipe fará a coleta de material do animal infectado para análise laboratorial e controle do morcego em possíveis locais de infestação nas proximidades do foco.
Os sintomas da raiva bovina incluem mugido constante, dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado), movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares e, com o agravamento, incoordenação motora, andar cambaleante e contrações musculares involuntárias. No estágio mais grave, o animal senta e não consegue mais se levantar e ocorrem movimentos de pedalagem, dificuldades respiratórias, asfixia e finalmente a morte, que ocorre geralmente entre 3 a 6 dias após o início dos sinais.
Renata salienta que “uma vez iniciados os sinais clínicos da raiva, nada mais resta a fazer, a não ser isolar o animal e esperar sua morte, ou sacrificá-lo na fase agônica. Por isso é importante a vacinação do rebanho contra a doença.” O custo da vacina, conforme levantamento, gira em torno de centavos por animal. Numa última recomendação, Renata orienta que “é importante não manipular animais com sintomatologia nervosa e que se suspeite de estar com raiva, pelo risco de contaminação para humanos”, conclui.
Da Redação.