Crise dos Fertilizantes: Safra 22/23 será desafiadora e adoção de boas práticas agrícolas pode mitigar uso limitado de insumos
Consultor orienta sobre voltar à essência de conceitos agronômico, aplicando conhecimento científico a cada hectare. Planejamento inclui práticas como garantia de um bom perfil de solo, adubação de reposição, ciclo de potássio, otimização do fósforo, além do plantio direto. A orientação é clara: a safra 2022/23 já começou!
“A Safra 2022/23 já começou”, afirmou o consultor técnico na área de solos e sistema de produção, Leandro Zancanaro, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (4), ao referir-se sobre os enormes desafios que os produtores brasileiros terão na próxima temporada diante dos elevados custos de produção, puxados, prinicipalmente, pelos fertilizantes.
Com os preços muito altos, boa parte dos produtores estão já ventilando a possibilidade de reduzir ou até mesmo elminar o uso destes produtos em sua próxima safra, o que exigirá deles, portanto, a utilização de boas práticas e conceitos agronômicos que possam otimizar a utilização de seus recursos. “Este será o ano agrícola de maior uso de tecnologia”, diz o consultor, falando sobre a aplicação de conhecimento científico em suas lavouras, buscando conhecer ainda mais cada um de seus talhões.
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Será uma nova safra em que as análises de solo serão ainda mais valiosas, a busca por bom sistemas de produção e medidas que podem ser tomadas já, com a safra que está em andamento para que este ciclo carregue uma boa bagagem para o próximo.
Zancanaro cita exemplos como a utilização de boas culturas de cobertura, adequada sucessão e rotação de culturas, medidas que permitam o ciclo do potássio, a adubação de reposição, além de técnicas como o próprio sistema de plantio direto. E todas essas mudanças permitirão que os produtores deixem de ser reféns de padrões de trabalhos de campo entre a semeadura ou aplicações de defensivos e fertilizantes.
“As maiores dificuldades no campo financeiro vão nos fazer resgatar alguns conceitos básicos fundamentais. O produtor terá que investir onde é preciso, resgatar conceitos básicos de agronomia, isso é tecnologia. Será um ano de mais tecnologia porque se usará mais conhecimento. Se usaremos mais ou menos insumos será consequência do conhecimento. Então, será um ano muito bom tecnicamente”, acredita o especialista.
Por Carla Mendes | Notícias Agrícolas.