Colheita do pequi inicia em Ribeirão Cascalheira e pode gerar renda de R$ 600 mil para produtores rurais
Começou, no mês de outubro, a colheita do pequi em Ribeirão Cascalheira (900 km a nordeste de Cuiabá) e dura até dezembro. A expectativa dos produtores rurais é colher 250 toneladas do fruto e arrecadar em torno de R$ 600 mil em dois meses. Compradores de Cuiabá, Goiânia e Distrito Federal, entre outros, já se instalaram na cidade para a compra do fruto. O município é considerado o maior produtor do Médio Araguaia, com aproximadamente 280 hectares cultivados, dos quais 150 com árvores nativas e 130 plantadas.
Segundo o técnico agropecuário da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), Carlos Alberto Quintino, alguns produtores estão cultivando novas mudas para serem utilizadas no reflorestamento de áreas degradadas, reforma de pastagem e na recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP). “O pequi é parte da economia municipal. Neste período, tanto a cidade quanto o campo ficam movimentados”, descreve Quintino.
Árvore de pequi produz em média dois mil frutos por colheita Foto: Empaer
Uma árvore de pequi produz, após o quinto ano de plantio, em média dois mil frutos por colheita. O técnico da Empaer destaca que o pequi (Caryocar brasiliense) é um produto extrativista e uma alternativa econômica para muitos agricultores familiares da região. Ele diz que, especialmente neste ano, o fruto está mais carnudo e de ótima qualidade, podendo proporcionar lucro e renda para os produtores.
O produtor rural Lázaro Vieira, da comunidade Gengibre, possui uma área de 70 hectares de pequi nativo e 30 hectares com o plantio de 1.300 árvores. Nesta safra, pretende colher em torno de 2 mil caixas o equivalente a 60 mil quilos ao preço de R$ 35,00 por caixa de 30 quilos. “Esta propriedade é de meu pai e vendo pequi há mais de 10 anos. Se tivesse mais de 10 mil caixas, venderia tudo. No futuro, pretendo vender o pequi embalado à vácuo e pronto para ser utilizado na cozinha”, enfatiza Lázaro.
Segundo ele, no município o fruto é considerado muito bom, carnudo, grande e com uma coloração amarelada forte e saborosa. O maior número de caixas vem da colheita do pequi nativo e o produtor espera, para os próximos anos, colher em grande quantidade na área plantada há mais de oito anos.
Chegam ao mercado as primeiras cultivares de pequi sem espinhos
“No primeiro ano de colheita, apenas 50 árvores produziram e somente 20, no ano passado. Acredito que nos próximos anos teremos uma boa quantidade de pequi a ser colhido” explica Lázaro.
O casal de produtores rurais, Sérgio Golffer e Ronilda Maria de Araújo Golffer possuem uma propriedade de 29 hectares, distante 25 km do município, e começam a colher após este dia 15 de outubro. No ano passado, colheram 3 mil caixas e este ano parece que vão colher um pouco menos. “Nos últimos 12 anos, a venda do pequi tem gerado recursos e, somente com o dinheiro recebido com sua venda, conseguimos comprar um barracão, casa e outras coisas,”, explica Ronilda.
Na propriedade estão plantadas 800 mudas de pequi, que estão produzindo desde o ano passado. A produtora comenta que o período da safra do pequi é muito aguardado pelos moradores, movimentando a economia da região, com sua colheita gerando emprego. Sérgio Golffer tem um cuidado especial com o cultivo, fazendo a limpeza de todos os pequizeiros. Ele explica que nos primeiros anos retirava em média até 600 caixas por safra. Com a limpeza e poda rasteira das árvores, no segundo ano colheu em torno de 1.100 caixas. “Essa limpeza proporcionou o aumento da produtividade e os produtores vizinhos também estão utilizando esta técnica”, conclui.
A colheita é armazenada em caixas de 30 quilos Foto: Empaer
Por Rosana Persona | Assessoria – Empaer-MT.