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Cacique suspeito de receber dinheiro para arrendar áreas indígenas em MT tem bens bloqueados pela Justiça

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A Justiça Federal de Mato Grosso determinou nesta quinta-feira (17) o bloqueio de bens do cacique Damião Paridzané, investigado pela Polícia Federal na Operação Res Capta, por suspeita de receber dinheiro em troca da concessão ilegal de áreas indígenas à fazendeiros.

A juíza da Vara Federal Cível e Criminal da Subseção Judiciária de Barra do Garças, Danila Gonçalves de Almeida, destacou que o sequestro de bens demonstram o recebimento de valores indevidos pelo arrendamento ilegal de áreas de terras localizadas na Terra Indígena Marãiwatsédé.

Cacique Damião é suspeito de receber R$ 900 mil por mês para autorizar fazendeiros a usarem área. Justiça Federal determinou o bloqueio de bens — Foto: Facebook/Reprodução

A juíza disse que entende que há indícios suficientes do recebimento de valores pelo cacique Damião.

“Razão pela qual, com fulcro nos artigos 125 a 132 do CPP, determino o bloqueio de todos os valores depositados nas contas vinculadas a Damião Paridzané”, disse na decisão.

Agora, será feito o rastreio de todos os valores pelo Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbanjud). Todos os valores acima de R$ 48.480,00, estima-se que o cacique teria recebido R$ 900 mil.

A magistrada também determinou a realização de audiência de custódia de Jussielson Gonçalves Silva, Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza e Enoque Bento de Souza presos na operação desta quinta-feira.

O cacique teve uma caminhonete SW4 apreendida na Operação Res Capta, que teria recebido em troca do arrendamento de terras. Damião também é suspeito de receber R$ 900 mil por mês para autorizar fazendeiros a entrarem na terra.

Damião Paridzané é visto pela comunidade Xavante como a principal liderança na luta pelo território indígena.

Tudo começou quando ele ainda era adolescente e, junto com quase 300 pessoas, foi retirado do território Xavante Marãiwatsédé, localizado entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, e levado à Missão Salesiana de São Marcos, na aldeia que leva o mesmo o nome.

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