Brasileiro cria biopesticida extraído do pequi contra formigas cortadeiras
João Matheus Balduíno, de 19 anos, é um jovem cientista, aluno concluinte do Colégio Objetivo Juazeiro do Norte (CE). Sua paixão pela ciência e pesquisa o fez ir a fundo em um projeto sustentável de biopesticida que combate formigas cortadeiras em plantações, feito com restos de pequi, fruto típico do cerrado.
Na década de 1970, o pesquisador e entomologista Domingos Gallo levantou números impressionantes sobre o impacto das saúvas na atividade agropecuária. Estudioso das formigas cortadeiras, ele chegou à conclusão de que dez sauveiros por hectare da espécie Atta capiguara são capazes de se alimentar de 21 kg de capim por dia. O valor é equivalente ao consumo diário de um boi em regime de pasto. Considerando que sauveiros maduros (com até cinco anos), têm entre 3,5 e 7 milhões de indivíduos fica fácil enxergar o tamanho do problema.
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O Projeto Biopequi, elaborado pelo estudante com orientação da professora Lilian Duarte, beneficiará produtores da região do Cariri. A ideia é produzir a substância em massa e distribuí-la gratuitamente. “Quero ajudar os pequenos agricultores. A agricultura é a fonte de renda dessas famílias e as formigas cortadeiras podem fazer grandes estragos nas hortas. O produto é fabricado com a casca do pequi, uma matéria-prima de baixo custo e fácil produção”, explica Matheus.
Ele conta que, em 2019, iniciou as pesquisas sobre o fruto e suas propriedades e, no laboratório do colégio, começou a colocar em prática os experimentos. “Fizemos também entrevistas com profissionais da área ambiental para saber os danos que os pesticidas poderiam causar ao solo, às plantas e ao meio ambiente”, conta.
O sonho de João Matheus é ampliar fronteiras e beneficiar agricultores de todo o país.
Por Compre Rural.