Barra do Garças e Querência possuem as maiores áreas irrigadas no Médio Araguaia
Um levantamento realizado pela Aprofir (Associação de produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes de Mato Grosso), juntamente com o Ministério de Desenvolvimento Regional, está mapeando todos os empreendimentos de irrigação existentes em Mato Grosso. Barra do Garças e Querência figuram entre os municípios com as maiores áreas irrigadas no Médio Araguaia.
Barra do Garças possui 2.223 hectares irrigados e Querência, 2.036 hectares. Em todo o Mato Grosso, são 131.477 ha irrigados conforme a Associação. O Vale do Araguaia mato-grossense possui uma das menores precipitações de chuva do Estado, e para o secretário executivo da Aprofir, Afrânio Cesar Migliari, em entrevista para a AGRNotícias, isso, com certeza, gera risco na agricultura, evidenciando o potencial de crescimento da implementação da irrigação.
“Vemos o Vale do Araguaia como o 4º Polo de Irrigação do Estado. (1º – Primavera do Leste e entorno. Rondonópolis até Barra do Garças. 2° BR 163 em Sorriso e demais municípios. 3º Tangará da Serra até Juara) {…} e tem um potencial hídrico enorme, tanto de águas superficiais, quanto de águas subterrâneas (aquíferos)”, diz Afrânio.
O secretário, no entanto, evidencia alguns gargalos para o crescimento da irrigação na região e todo o Estado, como por exemplo, a morosidade e o preço das licenças ambientais, o excesso de burocracia nas outorgas de uso de águas, bem como a falta de políticas de implantação e modernização das redes de energia (necessárias para a irrigação).
No Médio Araguaia, ainda conforme o levantamento, Canarana possui 183 hectares irrigados, Gaúcha do Norte 524 há e Nova Xavantina 387 há. Nos municípios de Água Boa e Confresa ainda não há estimativa, pois o mapeamento inicial realizado só está detectando áreas maiores, irrigadas por pivô central.
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Parceria entre instituições
Um trabalho conjunto da Aprofir (Associação de produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes de Mato Grosso), da Sedec-MT (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico), da Universidade de Federal de Viçosa–MG, propõe um estudo sobre a disponibilidade de águas do Estado para viabilizar o aumento das culturas de irrigação. “Vamos propor ações conjuntas entre a Sedec e Aprofir, para ações de fomento a produção de Feijões, Pulses e Grãos Especiais na região do Vale do Araguaia”, finaliza Afrânio.
A ideia é identificar o volume de águas de todos os rios do Estado, bem como do disponível no subsolo. Com esse estudo será possível, inclusive, contribuir para políticas de barramentos de água doce para usos diversos – irrigação, usos para as atividades pecuárias, produção de peixes e uso humano, outro gargalo apontado pela Associação.
Para a AGRNotícias, Lavousier Machry.