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As potencialidades do Araguaia – Parte 2 (Confira)

Hidrovia Rio das Mortes/Araguaia/Tocantins

O segundo capítulo da série de reportagens “potencialidades do Araguaia” fala das hidrovias. Sonho de consumo do Araguaia, realidade em países desenvolvidos e principalmente em países pobres. No Brasil, porém, uma hidrovia esbarra em questões ambientais e em alguns lugares, em questões indígenas, como é o caso da hidrovia regional.

A região hidrográfica do Tocantins – Araguaia tem área de 921.920 quilômetros quadrados espalhada pelos estados de Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. O Rio Tocantins nasce do Planalto de Goiás, formado pelos rios Almas e Maranhão, e tem 1.960 quilômetros de extensão até a foz, na Baía de Marajó. O principal afluente é o Rio Araguaia. Além de ser espaço para expansão da fronteira agrícola, principalmente no cultivo de grãos, a região tem grande potencial hidroenergético.

A bacia é a segunda maior do Brasil e compreende trinta sub-bacias. O Rio Araguaia tem trechos de leito arenoso combinados a outros rochosos: os pedrais e os travessões podem prejudicar a navegação. A Ilha do Bananal, com 20 quilômetros de extensão, é a maior ilha fluvial do mundo, banhada pelo Araguaia.

O Rio das Mortes desemboca na margem esquerda do Araguaia e é navegável em 567 quilômetros, entre São Félix do Araguaia e Nova Xavantina, em Mato Grosso. Mas a navegação só é segura no tempo das cheias, justamente no final do período de colheita da primeira safra de grãos. Para escoamento da safrinha (agosto em diante), seria temerário usar o transporte naval em alguns trechos do Rio das Mortes, já que as águas estão na vazante.

Navegação do Tocantins

O sistema tem vias navegáveis, terminais hidroviários e estruturas de transposição de nível, como as duas eclusas de Tucuruí, com 210 metros de comprimento, 33 metros de largura e 3,5 metros de profundidade mínima.

No Rio Tocantins a extensão navegável é de 1.152 quilômetros, mas sem continuidade. No Maranhão, entre Imperatriz e o terminal multimodal de Estreito/Porto Franco, só é possível navegar no período de cheia.

A hidrovia tem capacidade para comboios de 108 metros de comprimento, 16 metros de boca e calado de 1,5 metro. Já o trecho de 43 quilômetros do Pedral do Lourenço, que fica entre a Ilha da Bogéa e Santa Terezinha do Tauri, comporta comboios de 150 metros de comprimento e 32 metros de largura, com calado mínimo de 2,1 metros.

Os principais portos ao longo da hidrovia são: Vila do Conde, Abaetetuba, Cametá, Tucuruí, Marabá e Conceição do Araguaia, no Pará; Imperatriz, Porto Franco e Carolina, no Maranhão; Aguiarnópolis, Pedro Afonso, Miracema, Araguatins, Xambioá e Araguacemas, no Tocantins; Santa Terezinha, Luciara, São Félix do Araguaia, Barra do Garças e Nova Xavantina, em Mato Grosso; e Luiz Alves e Aruanã, em Goiás.

(Ascom- Fonte: http://www.dnit.gov.br/hidrovias/hidrovias-interiores/hidrovia-do-tocantins em 29/06/2016)

A hidrovia do Tocantins-Araguaia é uma das principais vias de transporte do corredor Centro-Norte brasileiro. Por estar localizada no Cerrado, a maior região produtora de grãos do País, tem potencial para se transformar numa das mais importantes vias de águas navegáveis do País. É uma via navegável até a hidrovia do Amazonas, desde Barra do Garças (MT), no rio Araguaia, ou Peixe (TO), no rio Tocantins, até o porto de Vila do Conde, próximo a Belém (PA), privilegiadamente localizado em relação aos mercados da América do Norte, da Europa e do Oriente Médio.

Possui potencial navegável em aproximadamente 3.000 km. No rio das Mortes, entre Nova Xavantina (MT) e a sua foz no Araguaia, são 580 km. No rio Araguaia, de Aruanã (GO) até Xambioá (TO), são 1.230 km. No rio Tocantins, de Peixe (TO) a Estreito (MA), são 700 km, de Estreito à Marabá (PA), 321 km, e de Marabá (PA) até sua foz, 500 km.

Pertencente ao corredor Centro-Norte, a hidrovia do Tocantins-Araguaia se divide em quatro ramos.

O primeiro, de Peixe (TO) a Marabá (PA), com 1.021 km de extensão; o segundo, de Marabá (PA) à foz do Tocantins, com 494 km; o terceiro de Baliza (GO) a Conceição do Araguaia (PA), apresentando um imenso potencial para o escoamento da produção de grãos do Mato Grosso, Goiás, Pará e Tocantins; e o quarto trecho de Conceição do Araguaia à foz do Araguaia, no próprio rio Tocantins, onde apresenta limitações devido as grandes corredeiras do Araguaia. A hidrovia tem vias navegáveis, terminais hidroviários e estruturas de transposição de nível, como as duas eclusas de Tucuruí, com 210 metros de comprimento, 33 metros de largura e 3,5 metros de profundidade mínima.

(Fonte: http://www.dnit.gov.br/modais-2/aquaviario/hidrovia-do-tocantins-araguaia em 27/12/2018)

ÁGUA BOA – No final da década de 90, houve até um ensaio para o início do transporte de cargas pela Hidrovia Rio das Mortes-Araguaia-Tocantins, a partir do Rio das Mortes, em Nova Nazaré. Na época, a localidade pertencia ao município de Água Boa. Na barranca do rio das Mortes, foi carregada a primeira carga de soja com destino aos portos na foz do Rio Tocantins, onde desembocam o Rio das Mortes e o Araguaia.

Mas a aventura não passou da primeira viagem, já que na época, houve embargo da hidrovia por questões ambientais e indígenas. No entanto, Água Boa continua sonhando com esse meio de transporte, já que o Brasil é um país continental, que pouca explora suas hidrovias. A foto exibe o embarque da primeira carga de soja no Rio das Mortes, que na época, pertencia á Água Boa, hoje município de Nova Nazaré.

Por Inácio Roberto, para a AGRNotícias.

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