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As potencialidades do Araguaia – Parte 1 (Confira)

 

Em 2019, o Sindicato Rural de Água Boa-MT promoveu um estudo sobre as potencialidades do Araguaia em face do projeto da implantação da Ferrovia de Integração Centro Oeste (FICO) estender seus trilhos pela região. O projeto ferroviário visa ligar Goiás à Mato Grosso, até o município. Os números levantados foram baseados em estudos do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) e mostram o tamanho da produção agropecuária da região do Médio Araguaia e como é grande o potencial de crescimento.

Antonio Fernandes ‘Tunico’ de Mello, presidente do sindicato de Água Boa, informou que o rebanho bovino da microrregião é de aproximadamente 2 milhões e 144 mil cabeças de gado, cerca de 7,1% da produção total de Mato Grosso. O abate de gado chegava, na época, a 364 mil cabeças na região, ou 6,7% do montante de Mato Grosso. Até 2028, a perspectiva, pelo estudo, é de que a região chegue a 7,3% do rebanho estadual.

Atualmente, a microrregião produz 34 milhões de litros de leite, apenas 5,6% da produção mato-grossense. Na microrregião eram 127 mil moradores em 2018, segundo o IBGE, em uma área que compreendia 1.080.000 hectares. Ainda, a cultura da soja cresceu 318% nos últimos 10 anos (2008/2018), chegando a 3.548.678 toneladas (11% da produção de Mato Grosso).

Já no milho, foram produzidas 1.417.400 toneladas (5,15% de MT), representando um incremento de 1,9% no decênio. ‘Tunico’ disse que atualmente, são ocupados com lavoura menos de 1 milhão de hectares num raio de até 200 quilômetros da cidade de Água Boa. “A vinda da ferrovia pode impulsionar a agricultura e a pecuária. A área com agricultura pode ser ampliada para 2 milhões e 150 mil hectares, sem abertura de novas áreas. A integração lavoura e pecuária também é aposta de muitos produtores rurais em busca de agregar renda. O aumento de área cultivada seria de mais de 100%. A implicação disso para todos os setores da economia pode ser gigantesca. A projeção é de que com área de cultivo maior, haveria maior geração de emprego e renda” afirmou.

Diante desse quadro de aumento de área ocupada com lavoura e pecuária, o sindicalista aposta que também aumentará a necessidade de modais de transporte rodoviário e ferroviário para o escoamento dessa produção.
Além disso, em anos recentes, aumentou consideravelmente a produção de outras culturas como feijão e gergelim, oque abre portas para outros mercados. Assim, o escoamento é preocupação para a classe do agronegócio.

Em face dessas potencialidades, existe outra ainda que depende apenas dos produtores rurais: aumentar a produtividade da soja e do milho. Segundo a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Água Boa, a produtividade da soja tem aumentado gradativamente em anos recentes, principalmente com o uso correto de tecnologias, sementes certificadas, manejo de pragas, e insumos.

Recentemente, alguns produtores experimentaram produtividade de 70 sacas de soja por hectare. Outros, infelizmente, ainda não saíram das 50 sacas de soja. No milho, a realidade é igual. Os produtores já se aproximam de 100 sacas de milho por hectare, mas esses números ainda podem melhorar. Em outras regiões, mais consolidadas no desenvolvimento do agronegócio, a produtividade já ultrapassa as 120 sacas de milho por hectare. Tudo isso pode catapultar ainda mais a produção do agronegócio regional, que precisa de rodovias, ferrovia e hidrovia para o escoamento com competitividade frente aos mercados globalizados.

Em breve a segunda parte dessa análise de potencialidades.

Para a AGRNotícias, Inácio Roberto.

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